O Magnésio Pode Ajudar no Tratamento da COVID Longa?

O magnésio é um mineral essencial para o corpo humano, participando de mais de 300 funções celulares. Ele é crucial para a produção de energia, regulação da função muscular e nervosa, além de ser vital para a manutenção de um sistema imunológico saudável. A deficiência de magnésio pode levar a uma série de problemas, como fadiga, fraqueza muscular e distúrbios neurológicos.

Com a disseminação da COVID-19 e o surgimento de complicações a longo prazo, como a COVID longa, o interesse no papel do magnésio no tratamento dessa condição tem crescido. Pesquisas mostram que baixos níveis de magnésio podem contribuir para os sintomas persistentes observados em pacientes com COVID longa, uma vez que o magnésio possui propriedades anti-inflamatórias e pode ajudar a controlar as reações inflamatórias que surgem após a infecção pelo coronavírus.

Estudos recentes indicam que a infecção por COVID-19 pode causar uma redução nos níveis de magnésio no corpo, resultado de respostas inflamatórias exacerbadas e alterações metabólicas. Nesse contexto, a suplementação de magnésio é vista como uma estratégia promissora para aliviar os sintomas debilitantes da COVID longa, melhorando o metabolismo energético e ajudando a reduzir a inflamação. Ainda assim, mais estudos clínicos são necessários para estabelecer protocolos eficazes de suplementação.

O Magnésio Ajuda no Tratamento das Sequelas Pós-COVID?

O magnésio tem se mostrado uma alternativa eficaz para ajudar no tratamento das sequelas pós-COVID, como a COVID longa, em função de seus múltiplos benefícios para o organismo. Veja a seguir algumas das principais justificativas para o uso desse mineral:

Redução da Inflamação

O magnésio possui propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a mitigar a inflamação relacionada aos sintomas persistentes da COVID longa. Um estudo de meta-análise descobriu que a suplementação com magnésio pode reduzir significativamente marcadores inflamatórios em indivíduos, o que melhora a resposta do corpo ao estresse inflamatório (KARAN et al., 2022).

Produção de Energia

O magnésio desempenha um papel crucial na produção de ATP (adenosina trifosfato), que é essencial para o metabolismo energético. O ATP é a principal fonte de energia celular, e o magnésio é fundamental para garantir que esse processo ocorra corretamente. Estudos indicam que a homeostase de Mg²+ também é essencial para a estabilidade metabólica e a resistência ao estresse (SACHS et al., 2016).

Saúde Cognitiva

Além de seus benefícios metabólicos, o magnésio também tem sido associado à saúde cognitiva em adultos. Isso sugere que ele pode melhorar a função neurológica em pacientes que enfrentam sintomas prolongados de COVID, como a conhecida “névoa mental”, comum em pessoas com COVID longa (SHAO et al., 2024).

Apoio à Função Imune

Outro benefício importante do magnésio é o suporte que ele oferece ao sistema imunológico. Manter níveis adequados desse mineral pode ajudar a regular a resposta imune à COVID-19, promovendo uma recuperação mais eficaz e reduzindo os riscos de complicações associadas à COVID longa (SILVER et al., 2022).

Energia Celular

O magnésio também desempenha um papel essencial na energia celular, especialmente no metabolismo de nucleotídeos, que são cruciais para a recuperação celular após a infecção. Isso é importante no contexto da COVID longa, já que a produção de energia nas células é essencial para combater a fadiga persistente (FERREIRA et al., 2023).

Conclusão

Embora o magnésio não seja uma cura definitiva para a COVID longa, sua suplementação pode ser uma ferramenta eficaz para acelerar a recuperação e aliviar os sintomas persistentes. Os benefícios anti-inflamatórios e sua capacidade de melhorar a produção de energia e a saúde neurológica tornam o magnésio um aliado importante para quem enfrenta as sequelas da COVID-19.

Integrar o magnésio como parte da abordagem de tratamento da COVID longa pode ajudar a mitigar os sintomas, acelerar a recuperação e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Contudo, mais pesquisas são necessárias para confirmar esses benefícios e estabelecer diretrizes claras sobre a dosagem ideal e as formas mais eficazes de suplementação. Os dados atuais sugerem, no entanto, que o magnésio pode ser uma peça chave no tratamento das complicações pós-COVID.

Referências:

KARAN, R. et al. Effectofmagnesiumsupplementationoninflammatoryparameters: A meta-analysisofrandomizedcontrolledtrials. Nutrients, v. 14, n. 3, p. 679, 2022. doi: 10.3390/nu14030679.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8838086/.

SACHS, R. et al. Mitochondrial Mg2+ homeostasis decides cellularenergymetabolism and vulnerabilityto stress. Scientific Reports, v. 6, p. 30027, 2016. doi: 10.1038/srep30027.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4960558/.

SHAO, Y. et al. Magnesium and cognitivehealth in adults: A systematic review and meta-analysis. Advances in Nutrition, v. 15, n. 8, p. 100272, 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8341105/. 

SILVER, J. et al. Magnesiumlevelsmayimpacttheimmune system response. 2022.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/news/2022/02/10/magnesium-levels-may-impact-the-immune-system-response/. 

FERREIRA, J. C. et al. Magnesium and cellenergetics: At thejunctionofmetabolismofadenylate and non-adenylatenucleotides. Journalof Plant Physiology, v. 280, p. 153901, 2023. doi: 10.1016/j.jplph.2023.153901.
Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0176161722003404.